Mato Grosso do Sul
“Eu, mulher preta de axé” é tema de diálogo sobre racismo e preconceito religioso
Em um encontro marcado por luta e resistência, “Eu, mulher preta de axé” foi tema do evento promovido pela Subsecretaria de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, como parte da campanha “julho das pretas”.
O objetivo foi promover uma discussão sobre as experiências vividas por mulheres de axé no que diz respeito ao racismo, preconceito religioso, mas também do orgulho das práticas religiosas. Durante a conversa, abordou-se a forma como essas mulheres são vistas e recebidas pela sociedade, um dos pontos levantados foi a questão da imposição de restrições à expressão de sua identidade religiosa, por meio das roupas tradicionais.
Para o líder religioso Babalorixá Déa Odé, as leis que protegem os povos de terreiro precisam ser mais divulgadas, muitos membros da própria comunidade não conhecem os seus direitos. A informação e a visibilidade são uma forma de diminuir os preconceitos.
“É necessário ações específicas e apoio governamental para fortalecer as nossas comunidades. Os terreiros desempenham um papel social relevante, atuando como centros de acolhimento e orientação. Nós existimos, pagamos impostos, somos membros da sociedade, nós contribuímos não somente com a nossa comunidade mas com toda a sociedade, mesmo aqueles que não pertencem a comunidade religiosa.”
O encontro contou com a presença de mulheres da umbanda e candomblé, representando não apenas Campo Grande, mas também as cidades de Corumbá e Ladário.
Para a Subsecretária de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, Vania Lucia Baptista, é crucial que as políticas públicas alcancem e atendam às necessidades dos povos de religiões de matriz africana. “É importante conhecer a realidade de toda a população que está sob nossa responsabilidade em relação à igualdade racial, e para isso, precisamos ouvir suas necessidades e desenvolver políticas públicas específicas para esse segmento”, ressalta.
Nathysuelen Gomes da Silva é uma das mulheres que participaram do encontro, para ela ser mulher de Axé representa cuidar e zelar pela sua ancestralidade e continuidade religiosa.
“A minha maior alegria é fazer aquilo que o orixá um dia determinou para minha vida. O mais interessante de tudo é a convivência de várias pessoas dentro de uma comunidade, cada um com suas particularidades com seu diferencial, de todas as raças, cores e sexualidades diferentes. Dentro de um terreiro conseguimos nos sentir protegidas, seguras contra toda a maldade e preconceito que há nesse mundo, faço questão em trazer meus filhos para “macumba” eu sei que eles estão seguros.” ressalta.
Nathysuelen também fala dos preconceitos sofridos, ameaças, negligência no que diz respeito à garantia de direitos. Destaca, que isso chega até seu filho que a por uma série de preconceitos religiosos e racismo na escola.
Durante a discussão, emergiram algumas demandas, principalmente na área da educação. Uma das solicitações foi a criação de uma cartilha que desmistifique e explique de forma assertiva a religião de axé, visando desconstruir estereótipos e preconceitos. Essa cartilha teria como objetivo destacar palavras de origem africana que são comumente utilizadas no cotidiano, mas ainda são mal compreendidas pela sociedade em geral.
Bel Manvailer, Setescc
Foto: Divulgação/Setescc
Fonte: Governo MS
Mato Grosso do Sul
Cidadania lança cartilha ‘MS sem Racismo’ para fortalecer enfrentamento à desigualdade racial

A SEC (Secretaria de Estado da Cidadania), por meio da Subsecretaria de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial, lançou a cartilha MS sem Racismo, um instrumento formativo e de mobilização voltado ao enfrentamento das desigualdades étnico-raciais em Mato Grosso do Sul.
O material faz parte do programa MS sem Racismo, e foi elaborado de forma intersetorial para ampliar o diálogo com diferentes secretarias, gestores públicos, movimentos sociais e a sociedade civil. A proposta é garantir que o Estado avance de maneira concreta na formulação e execução de políticas públicas comprometidas com a equidade racial.
O lançamento ocorreu quarta-feira (11), no auditório da SEC, durante encontro com gestores públicos, conselheiros do Cedine (Conselho Estadual dos Direitos do Negro) e lideranças do movimento negro.

Para a subsecretária Vânia Lúcia Baptista Duarte, o lançamento da cartilha representa um avanço significativo nas ações do Estado contra o racismo.
“Com muita alegria estamos aqui, neste espaço de diálogo, reunindo gestores, conselheiros da igualdade racial e do Cedine. Há quanto tempo não nos encontrávamos para juntos tratarmos dessas políticas que são caras à nossa história? É fundamental estarmos em rede, onde quer que estejamos, atuando por essa política de reparação das desigualdades históricas que atingem principalmente a população negra. O que fazemos na gestão pública é política pública real”, afirmou.
Vânia enfatiza que a cartilha é parte do programa MS sem Racismo, lançado pela Cidadania neste ano, com foco na transversalidade das ações entre diversas secretarias de Estado. “Construímos um grupo de trabalho para formular este material, que propõe ações para diferentes pastas e consolida responsabilidades institucionais em todo o governo. Hoje estamos lançando a primeira versão do nosso programa e da cartilha”, destacou Vânia.
Cartilha
Com linguagem ível e conteúdo educativo, a cartilha propõe o enfrentamento ao racismo estrutural, institucional e religioso, com foco na promoção da dignidade humana. Além de apresentar marcos legais como a Lei 14.532/2023, que equipara a injúria racial ao crime de racismo, o material também orienta sobre como identificar e combater práticas racistas cotidianas, incluindo expressões linguísticas, atitudes e omissões.
Entre os temas abordados estão:
- Diferenças entre racismo e injúria racial;
- Racismo estrutural, institucional, ambiental, recreativo e religioso;
- Vocabulário racista no cotidiano e alternativas respeitosas;
- Direitos garantidos pela legislação estadual e federal;
- Povos e comunidades tradicionais (quilombolas, ciganos e povos de matriz africana);
- Papel das políticas públicas na promoção da equidade racial.
A cartilha também serve como ferramenta de apoio para ações de formação em ambientes públicos, privados e nos movimentos sociais, consolidando o compromisso do Estado com a igualdade racial.
“Essa cartilha é algo que levamos para todos os espaços, da gestão pública à militância, dos quilombos às salas de aula. Precisamos ter esse material em mãos para fortalecer o enfrentamento ao racismo e a proposição de políticas públicas que garantam igualdade racial de verdade”, finalizou Vânia Duarte.
Encontro de gestores

Além de apresentar a cartilha, o encontro reuniu gestores e conselheiros municipais para Promoção da Igualdade Racial em MS, prefeitos e representantes do Governo Federal e do Conselho Nacional, e ainda foi palco para o lançamento oficial do selo de Promoção da Igualdade Racial do Cointa (Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia Hidrográfica do Rio Taquari) e a posse de membros do conselho regional da entidade.
Membro do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, Nuno Coelho, ressaltou em sua fala a importância do colegiado que compõe a estrutura do Ministério da Igualdade Racial. “O nosso conselho atua desde 2003, quando o Governo Federal instituiu a Política da Igualdade Racial, e por conta da política, houve a institucionalização da Secretaria Especial. O conselho é um braço importante para entender quais são as demandas para que o Estado possa exercer seu papel de formulador e executor das políticas públicas”, explica.

Coordenadora geral de Relações Institucionais da Assessoria de Participação Social e Diversidade do Ministério da Igualdade Racial, Janaína Fernandes, aproveitou o momento para dialogar com os gestores e apresentar os compromissos e desafios que a pasta têm.
“Venho trazer todo o contexto histórico das políticas públicas e ações afirmativas, porque estamos com a missão de andar pelo Brasil dizendo aos gestores e auxiliando a sociedade civil sobre a importância da promoção da igualdade racial”, resume.
Secretário-adjunto da Cidadania, José Francisco Sarmento, agradeceu a presença dos gestores e chamou a atenção para o olhar além da igualdade.
“É importante que a gente entenda que devemos construir uma sociedade que possibilite o a todas as pessoas na sua diferença, e entender que todos nós somos diferentes, porque temos histórias diferentes. A construção de políticas públicas precisa partir deste ponto, então, queria parabenizar todos os gestores que estão aqui, porque todas as nossas proposições dentro do Governo peram pelo municipalismo”, ressalta Sarmento.
Para ar a Cartilha MS sem Racismo, clique aqui.
Paula Maciulevicius, Comunicação da Cidadania
Foto de capa: Matheus Carvalho/SEC
Fonte: Governo MS
Mato Grosso do Sul
Jogos da Melhor Idade de MS começam na próxima semana promovendo inclusão de idosos-atletas

A primeira etapa dos Jogos da Melhor Idade de Mato Grosso do Sul 2025 vem aí. A competição é organizada pelo Governo do Estado, por meio da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer) e da Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura), e será realizada entre os dias 17 e 19 de junho, em Campo Grande.
Aberto ao público, o evento deve reunir mais de 800 idosos-atletas nas faixas etárias 60+ e 70+. Nesta etapa, serão disputadas nove modalidades, individuais e em duplas. O atletismo terá provas no Parque Olímpico Ayrton Senna. Já damas, dança de salão, dominó, malha, sinuca, tênis de mesa, truco e xadrez ocorrerão no Espaço Expo do Shopping Bosque dos Ipês.
Ao todo, a competição contará com delegações de 46 municípios. A cerimônia de abertura está marcada para o dia 17, às 18 horas, no Espaço Expo do Shopping Bosque dos Ipês. Logo após, terá início a competição de dança de salão. As demais modalidades seguem no dia 18, das 8h às 17h, e no dia 19, das 8h às 12h. A programação se encerra com a premiação dos vencedores.
Os Jogos da Melhor Idade têm como objetivo instrumentalizar os municípios sul-mato-grossenses e sensibilizar a sociedade para novas formas de participação da pessoa idosa, proporcionando canais de comunicação, convívio social, promoção da autoestima e troca de experiências entre gerações, contribuindo para a qualidade de vida. O o ao esporte e ao lazer é um direito da pessoa idosa, garantido pela Política Nacional do Idoso e pelo Estatuto do Idoso.
A iniciativa busca oportunizar a participação de pessoas idosas em eventos esportivos no Estado e é referência para outras unidades federativas do país. Para o diretor-presidente da Fundesporte, Paulo Ricardo Nuñez, os Jogos da Melhor Idade promovem bem-estar físico, saúde mental e autonomia para os atletas idosos.
“Atividades que estimulam o cérebro, como os jogos de mesa, contribuem significativamente para a melhora da memória, da concentração e do raciocínio lógico. Pesquisas indicam que o envolvimento frequente nesse tipo de atividade pode reduzir o risco de declínio cognitivo e até ajudar na prevenção de doenças como a demência e o Alzheimer. Por isso, mais do que momentos de lazer e socialização, os Jogos da Melhor Idade promovem saúde e qualidade de vida para os nossos participantes.”
Para a diretora dos Jogos da Melhor Idade, Karina Quaini, a competição tem representado um marco para o esporte em Mato Grosso do Sul.
“Manter esses jogos e investir em uma estrutura cada vez melhor a cada edição é fundamental. Temos percebido não apenas o aumento no número de participantes, mas também o envolvimento crescente dos municípios em fomentar as modalidades voltadas ao público idoso. Isso contribui diretamente para a promoção da saúde e da qualidade de vida da nossa população idosa.”
Serviço
A cerimônia oficial de abertura dos Jogos da Melhor Idade de Mato Grosso do Sul ocorrerá na terça-feira (17), às 18 horas, no Espaço Expo do Shopping Bosque dos Ipês. O shopping está localizado na Avenida Cônsul Assaf Trad, 4.796, Parque dos Novos Estados. A entrada de vans e ônibus das delegações será pela portaria C (rodovia BR-163).
Bel Manvailer, Comunicação Setesc
Fotos: Arquivo/Fundesporte
Fonte: Governo MS
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